O Brasil nos últimos anos vem passando por ciclos econômicos muito mais breves e os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), em meio a outros investidores, enfrentam desafios contínuos para assegurar o equilíbrio financeiro e atuarial. Em um cenário de juros elevados, os investimentos em renda fixa, que tradicionalmente ocupam um papel central nos portfólios dos RPPS, se tornam ainda mais atrativos. Este artigo explora as oportunidades e os cuidados necessários para aproveitar esse cenário de maneira eficiente.
Com a elevação da taxa Selic pelo Banco Central para a reancoragem das expectativas de inflação, os ativos de renda fixa, como títulos públicos e privados, passam a oferecer retornos mais elevados. Títulos indexados ao IPCA e a Selic se destacam por oferecerem rentabilidade acima da inflação ou atrelada à taxa básica de juros, garantindo proteção ao poder de compra e estabilidade financeira no curto, médio e longo prazo.
Além disso, os títulos privados, como Letras Financeiras e debêntures, ou fundos de investimentos expostos a estes ativos, também ganham atratividade, oferecendo prêmios de risco superiores aos títulos públicos. No entanto, a seleção cuidadosa desses ativos é fundamental para evitar riscos de crédito, especialmente em um ambiente econômico mais volátil.
Apesar das boas oportunidades, o cenário de juros altos também demanda atenção redobrada quanto à gestão de riscos. O aumento dos juros pode impactar negativamente a saúde financeira de empresas, aumentando o risco de inadimplência em títulos privados, portanto, diversificar entre diferentes emissores e monitorar continuamente o perfil de crédito dos ativos são práticas indispensáveis.
Além disso, soma-se outra questão relevante na balança de riscos, a marcação a mercado especialmente em títulos de longo prazo. Embora os títulos públicos sejam considerados os mais seguros, sua volatilidade pode aumentar em função das mudanças nas expectativas de juros e inflação, o que pode levar a perdas financeiras caso haja necessidade de venda desses ativos antes do vencimento.
Em suma, a tática da macroalocação em renda fixa continua a ser uma base sólida para o desenvolvimento dos portfólios dos RPPS neste cenário de juros elevados. Entretanto, é crucial que os gestores mantenham uma abordagem equilibrada, combinando prudência na escolha dos ativos com uma gestão ativa dos riscos. Dessa forma, é possível garantir a preservação do patrimônio e o cumprimento das metas atuariais no longo prazo.
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Por Henrique Cordeiro / Economista na Crédito e Mercado Consultoria
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